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Basílica Santuário acolhe rito solene que conclui fase local da causa de beatificação do Servo de Deus Padre Cícero

Celebração solene na Casa da Mãe das Dores marca momento histórico para a Igreja de Crato e para a nação romeira; caminho de Padre Cícero rumo aos altares continua, agora sob os cuidados do Vaticano.

Publicada em 09/06/25 às 06:44h

por Patricia Lima


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Dom Magnus ressaltou a grandeza espiritual e pastoral do Padre Cicero  (Foto: Reginaldo Arrais)

A Basílica de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte, nasceu da antiga capela erguida por Padre Cícero Romão Batista. Foi nesse altar sagrado que se elevou a Deus a ação de graças pela conclusão da fase diocesana do processo canônico que pode levar à sua santificação.

Unido a toda a Igreja na véspera de Pentecostes, o bispo de Crato, Dom Magnus Henrique Lopes, presidiu a Santa Missa na noite deste sábado, 7 de junho. Esse momento, profundamente espiritual e histórico, marca a fé viva dessa porção do povo de Deus e da nação romeira.

“Estamos encerrando a nível diocesano e enviando para a Santa Sé todo o processo. Colocamos diante do altar de Deus todos os que trabalharam, rezaram e ajudaram, de uma forma ou de outra, neste grande processo desde o início. Nossa gratidão é colocar a vida destes irmãos e irmãs no altar de Deus”, disse Dom Magnus, ao saudar a assembleia de fiéis.

A Eucaristia foi concelebrada por padres da Comunidade Sacerdotal da Basílica, representantes das diversas paróquias da Diocese, além do inspetor salesiano para o Nordeste, Padre Inácio Vieira, e do provincial dos frades capuchinhos no Ceará e Piauí, Frei Roberildo. Estiveram presentes também Dom Fernando Panico, bispo emérito de Crato e figura fundamental no processo de reconciliação de Padre Cícero com a Igreja, e Dom José Vicente, bispo de Salgueiro (PE) e delegado episcopal para a causa.

Autoridades civis acompanharam a cerimônia e o rito, entre elas o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra; o vice-prefeito Tarso Magnovereadores e o deputado estadual David Macêdo.

Dia de esperança para o povo nordestino

Na homilia, Dom Magnus ressaltou a grandeza espiritual e pastoral desse acontecimento e relembrou a figura espiritual de Padre Cícero como alguém que escolheu amar e servir, mesmo diante das dores. “Hoje é um dia de imenso júbilo para toda a Igreja, um dia de esperança para o povo nordestino e de consolação para todos os que conservaram uma fé simples e forte, nutrida pelas palavras e pela vida do Padre Cícero [...] Encerramos a fase diocesana de um caminho trilhado há mais de nove décadas. Elevamos ao seio da Mãe Igreja esta espada simbólica – não como arma de guerra, mas como lâmina de fidelidade, cravada no chão fértil do Evangelho”.

Rito solene de encerramento

Após a missa, foi realizado no presbitério da Basílica o rito de encerramento, com a apresentação, o juramento dos membros da comissão e o selamento dos materiais recolhidos ao longo da fase diocesana, distribuídos em seis caixas. Os documentos, que reúnem o inquérito sobre a vida, as virtudes e a fama de santidade de Padre Cícero, serão entregues ao Dicastério para as Causas dos Santos, no Vaticano, pelo postulador Paolo Vilotta — italiano especialista em causas de canonização, incluindo a de Irmã Dulce. O envio será feito com dois exemplares autenticados com o selo diocesano, acompanhados das cartas oficiais do bispo diocesano, do delegado episcopal e do promotor de justiça da causa.

Para entender o processo do Padre Cícero Romão

A Igreja convida todos à santidade, reconhecendo oficialmente alguns fiéis como santos. No Brasil, exemplos incluem Frei Galvão e Irmã Dulce dos Pobres. Antes da canonização, porém, há um rigoroso inquérito para investigar a vida do candidato, verificando sua fama de santidade e possíveis milagres.

A causa de beatificação de Padre Cícero tem raízes longas e marcadas por desafios. Suspenso de ordens em 1894, a reconciliação com a Igreja começou em 2006, por iniciativa de Dom Fernando Panico. Após anos de estudos, o Vaticano concluiu que, em vez de uma reabilitação formal, como inicialmente solicitado, era necessária uma reconciliação entre a Igreja e a sua memória.

Essa reconciliação foi oficializada em 2015, com uma carta do secretário de estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, a pedido do Papa Francisco, que destacava no texto os frutos espirituais gerados pela devoção ao Padre Cícero.

Em 20 de agosto de 2022, a Santa Sé autorizou a abertura do processo de beatificação, oficialmente iniciado em nível diocesano em 30 de novembro do mesmo ano.  Com essa autorização, ele recebeu o título de "Servo de Deus". Desde então, a fé da nação romeira se fortaleceu ainda mais, sustentada pelo exemplo do sacerdote que ensinou: “Deus nunca deixou trabalho sem recompensa, nem lágrima sem consolação”.

Como chegamos até aqui?

A fase diocesana do processo foi conduzida com confiança, rigor jurídico canônico e acompanhamento técnico do postulador romano Paolo Vilotta. A Comissão Histórica foi responsável por reunir e organizar uma grande quantidade de material, incluindo:

● Mais de 250 páginas de testemunhos;

● 160 páginas de relatório documentado;

● Uma vasta bibliografia sobre a vida e virtudes do Servo de Deus.

● Mais de 60 testemunhas foram ouvidas, além de cartas históricas datadas desde 1934, totalizando dez volumes.

Segundo o vice-postulador, Padre Wesley Barros, essa primeira fase tem por objetivo relatar a vida, as virtudes e a fama de santidade do Padre Cícero, reunindo documentos, textos, imagens e testemunhos.

O que acontece agora?

Com o encerramento da fase diocesana, a documentação será entregue ao Dicastério para a Causa dos Santos, no Vaticano, que abrirá e analisará oficialmente o material. Caso reconheça a validade jurídica do processo e as virtudes heróicas do Padre Cícero, o Papa poderá conceder-lhe o título de Venerável Servo de Deus. Já a segunda fase do processo abordará possíveis milagres atribuídos à intercessão do sacerdote, condição necessária para a beatificação.

“Hoje temos muitos sentimentos no coração, mas, a emoção é um dos principais. Ao mesmo tempo, possuímos a responsabilidade de continuar amando o que o Padre Cícero amou: Deus em primeiro lugar e, depois, praticar o que ele ensinou. Agora o que podemos e precisamos fazer é dobrar os joelhos e esperar, a fim de que, num futuro não muito distante, vejamos o Patriarca de Juazeiro elevado à honra dos altares das igrejas, já que, no altar do nosso coração, ele é o santo do Nordeste”, comentou o Padre Cícero José, reitor da Basílica de Nossa Senhora das Dores e membro da comissão histórica, sobre a vivência de mais um passo do processo de beatificação e a expectativa para as próximas etapas.




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