A cidade de Juazeiro do Norte, no Cariri cearense, se transforma, neste domingo (2), Dia de Finados, em um grande santuário de fé e devoção. Milhares de romeiros de diferentes regiões do Ceará e de outros estados nordestinos chegam ao município para prestar homenagens ao Padre Cícero Romão Batista, o “Padim Ciço”, reconhecido como o maior líder religioso da história do Ceará no século XX.

O corpo do sacerdote está sepultado na Igreja do Perpétuo Socorro, onde, desde as primeiras horas do dia, fiéis fazem orações, acendem velas e agradecem graças alcançadas. A fé que move gerações ultrapassa o tempo e mantém viva a tradição das romarias, símbolo da religiosidade popular nordestina.

Além do templo, os devotos seguem pela estrada do Horto, em um percurso marcado por promessas, cantos e emoção, até o monumento do Padre Cícero, um dos mais conhecidos cartões-postais do Nordeste.

No alto da colina, aos pés da estátua do Padim Ciço, os romeiros renovam sua fé e reverenciam aquele que se tornou símbolo de esperança, humildade e solidariedade.

HISTÓRIA

Padre Cícero Romão Batista nasceu em 24 de março de 1844, em Crato (CE), e foi ordenado sacerdote em 1870. Em 1872, chegou a Juazeiro, então um pequeno povoado, onde iniciou uma trajetória marcada por caridade, aconselhamento espiritual e compromisso com os pobres e marginalizados. Sua liderança religiosa e social transformou Juazeiro do Norte em um centro de peregrinação e fé, atraindo multidões ao longo das décadas.

Mesmo após sua morte, em 20 de julho de 1934, o legado do Padre Cícero continua inspirando milhões de fiéis, que veem nele um santo popular e intercessor das causas humildes. Neste Dia de Finados, Juazeiro do Norte reafirma sua identidade religiosa e o papel do “Padim Ciço” como símbolo de fé viva no coração do povo nordestino.